Com aquela cor tão forte, preenchendo tudo
E todo o vazio que ele tentava evitar enxergar
Sofrendo como nunca pude ver alguém sofrer
[sofrendo, como qualquer humano consegue sofrer]
Teus olhos levavam-me para longe!
Ou melhor, para perto de ti.
[longe, agora. perto, de ti]
Olhos iguais a aqueles jamais vi
Se eu pudesse, pintaria um igual para mim
Longes... Fortes... Grandes...
Sofridos, como os humanos costumam ser
Quem dera, teus olhos não tivessem essa cor!
Quem dera, eu não me enxergasse neles assim
Não visse o quanto estou longe
E o quanto preciso caminhar ainda
Para, quem sabe, não continuar a me perder
Não continuar a sofrer...
...
Quem dera, ter olhos como os teus,Que consigam desenhar o vazio oculto ao meu redor
E, assim, possam denunciar aquilo com que estamos nos perdendo
Quem dera, continuar e não conseguir parar
Para olhar
Pra nossa rotina,
Tão longe de esperançosa e tão perto desta dor...
[resolvi começar com algo escrito há certo tempo, num momento especial.]