domingo, 24 de julho de 2011

Olhos

Aquele olhar, longe e vazio

Com aquela cor tão forte, preenchendo tudo

E todo o vazio que ele tentava evitar enxergar

Sofrendo como nunca pude ver alguém sofrer

[sofrendo, como qualquer humano consegue sofrer]

Teus olhos levavam-me para longe!

Ou melhor, para perto de ti.

[longe, agora. perto, de ti]


Olhos iguais a aqueles jamais vi

Se eu pudesse, pintaria um igual para mim

Longes... Fortes... Grandes...

Sofridos, como os humanos costumam ser


Quem dera, teus olhos não tivessem essa cor!

Quem dera, eu não me enxergasse neles assim

Não visse o quanto estou longe

E o quanto preciso caminhar ainda

Para, quem sabe, não continuar a me perder

Não continuar a sofrer...

...

Quem dera, ter olhos como os teus,

Que consigam desenhar o vazio oculto ao meu redor

E, assim, possam denunciar aquilo com que estamos nos perdendo

Quem dera, continuar e não conseguir parar

Para olhar

Pra nossa rotina,

Tão longe de esperançosa e tão perto desta dor...


[resolvi começar com algo escrito há certo tempo, num momento especial.]