De tudo o que vivi, muitas coisas aprendi. Aprendi sobre os outros, aprendi sobre mim, aprendi sobre a família, sobre o trabalho. Sempre aprendi e venho aprendendo, acho que sempre será assim, enquanto há vida para mim.
Sobre os outros, aprendi de diversas maneiras, que existem muitos "outros". Há os outros que são pra vida toda, amigos, com quem se pode contar nas horas difíceis e se compartilhar as horas felizes. Esses outros, em geral não são muitos, mas são aqueles que sabemos que sempre estarão lá, por mais burradas que façamos ou mais sucesso que tenhamos. São os "outros" que realmente importam na nossa vida. Eles, em geral, também pensam o mesmo da gente e, nem sempre, estão tão próximos, no cotidiano.
Há aqueles "outros" a quem certas vezes pensamos que pertenceriam à primeira categoria de "outros", porém com o passar do tempo descobrimos que não é bem assim. São os "outros" que em geral nos apoiam, em geral suportam nossas dificuldades e compartilham das nossas alegrias, mas em momentos críticos nem sempre nos entendem. É como se esses "outros" nunca tivessem acessado a gente de verdade, ou optam de maneira que pode ser consciente ou inconsciente, em não enxergar ou não entender a gente na nossa essência, às vezes por motivos interesseiros ou às vezes por condições que a vida lhes impõe. São "outros" importantes, mas nem tanto, pois não conseguem enxergar aquilo que há de mais sincero em nós, algo que se aproxima de uma essência de quem somos.
E há alguns outros que não são tão próximos nem tão distantes, e que precisam de um olhar atento da gente, pois muitas vezes apesar da distância são pessoas que enxergam nossa essência, mas por alguns fatores da vida como gosto, posição econômica, condição familiar, etc, não estão tão próximos. E muitas vezes nos entendem com certa precisão que quando nos damos conta até assusta. Nessa categoria de "outros" há também aqueles que estão de fora, nos olham, porém não querem aproximação e não estão interessados em se aproximar. E ok, faz parte da vida.
Acho que um dos grandes aprendizados que venho tendo da vida é entender e valorizar cada "outro" que se aproxima, é conseguir olhar para cada "outro" e, por vezes, me surpreender. Infelizmente, há outros que se aproximam e, sem que percebamos, nos enxerga e de certa forma entende o que seria nossa "essência", porém utilizam desse tipo de entendimento para alcançar objetivos próprios. Se aproximam por pura ambição. Este tipo de "outro" é o que mais me assusta e ainda o que mais preciso aprender a lidar.
Das muitas coisas da vida que passamos, muitas vezes nos arrependemos. Acho que esta palavra "arrepender" tem que ser bem ponderada, para que possamos não nos encher de culpa mas sim, repensar nossa vida e nossas escolhas. Já me arrependi de pessoas em quem confiei e descobri que não poderia ter confiado. Também já me arrependi de relacionamentos que não terminei quando deveria ter terminado. Me arrependi de prioridades que coloquei em certos momentos da vida e que depois analisei que não eram tão prioritárias assim. Já me arrependi de ter morado em determinados locais, com determinadas pessoas, e me arrependi de não ter morado com outras pessoas em determinados momentos.
Mas é fato que há algumas coisas das quais nunca me arrependi. Uma das coisas é, nunca me arrependi de ter vindo morar em São Paulo. Por enquanto, apesar dos problemas que esta vida aqui me trouxe, há muitas coisas positivas e não, nunca me arrependi.
Outra coisa da qual nunca me arrependi, e isso pode soar estranho para algumas pessoas, mas nunca me arrependi de ter saído de algum emprego. Em geral, essa decisão sempre partiu de mim e não, eu nunca me arrependi. Todas as vezes em que isto aconteceu, eu tinha motivos de sobra pra ter saído, o que muda é a forma. Essa, sim, pode ser motivo de arrependimento. Apenas uma das vezes eu me arrependi da forma, porém, não há outra opção senão aceitar os fatos. A forma de se sair de um local de trabalho é relativa, primeiro, ao trabalho em si, a como ele se dá, às relações de trabalho que se estabelecem. Segundo, à questões pessoais, a como cada um lida com o "sair" de um trabalho e ao momento de vida pessoal que pode levar cada pessoa a sair de um trabalho. Terceiro, às condições de trabalho em si, estas estão relacionadas com o primeiro item porém merece ser mencionada de forma específica. Quarto, à possibilidade de algum outro trabalho a ser iniciado, que irá afetar a forma com que se encerra um trabalho anterior.
De toda forma, a vida pode ser e acho que é mesmo uma caixinha de surpresas, em que por vezes saem fadas e geninhos e, às vezes, podem sair os maiores males do mundo. O importante é nunca deixar de olhar para si e para o "outro" entendendo que o "si" e o "outro" sempre podem mudar, mas o mais importante é nunca se perder no processo, nunca esquecer quem se é - e quem não se é.
Em horas em que se questionam sobre quem você é, é importante estar atento aos "outros" que conseguem olhar pra você e conhecer a sua essência. São esses os "outros" que valem a pena, estejam perto ou longe. Nessas horas é que você põe em xeque o quanto do "outro" você de fato chegou a conhecer, você consegue ponderar sobre o quanto você de fato conseguiu olhar para o outro e conhecer aquilo mais próximo do que seria a essência desse outro. Por mais condições que a vida nos coloque, nunca podemos deixar de olhar de fato para o outro e tentar limpar o olhar, ainda que ele implique em ter que rever as próprias escolhas ou ter um olhar mais crítico para nossa própria vida.
É, acho que o post ficou confuso, mas era mais ou menos isso que eu gostaria de registrar...